O acaso das relações familiares
levaram-me a um contacto profundo com a zona de Sintra, à sua Serra e às suas
praias, na minha infância.
Tinha um familiar com casa em
Almoçageme, nomeadamente a avó do meu ex-padrasto.
Houve uma altura em que o meus
fins de semana de criança penderam para essa bela zona, depois começaram a
dividir-se entre Sintra e o Ribatejo, também devido a laços familiares.
Sintra foi ficando para trás e o
Ribatejo foi tomando espaço na minha vida, até que, novamente, as relações
familiares, ou melhor um corte nas mesmas e uma mudança na vida da minha mãe,
me provocaram a separação definitiva com Almoçageme e o Ribatejo tomou de tal
maneira espaço na vida que aos 30 anos larguei a cidade que me viu nascer
(Lisboa) e “exilei-me” aqui, onde ainda hoje estou.
Das muitas memórias que guardo de
Sintra, uma das mais fortes, é a dos passeios que efectuávamos em família à
Praia da Ursa.
A Praia da Ursa situa-se junto ao
Cabo da Roca e é uma praia selvagem e
bela, de aceso bastante complicado e exigindo alguma destreza física, e
cuidado, para lá se chegar abaixo.
Das minhas memórias de infância
recordo as dificuldades que a família enfrentava para aceder á praia, em
particular a minha tia e a minha mãe.
Para uma criança de 8 ou 9 anos
aquilo era uma grande e difícil aventura plenamente compensada por aquela praia
deserta e bela que parecia um pedaço do paraíso.
Já em adulto, enquanto esperava
pelo término de um Grande Prémio do Fim da Europa, vi aquela placa a dizer
“Praia da Ursa” e não hesitei em arriscar ir lá novamente.
Se a memória que tenho dessa
descida (que já foi há uns anos) é de algo muito mais fácil que a grande
aventura familiar de infância, a beleza dessa praia manteve-se inalterada em
relação as minhas recordações de menino.
Como a vida é um círculo espero
voltar à Praia da Ursa, mas desta vez integrando o percurso num dos meus
treinos de corrida, aproveitando para apurar a forma para as provas de
montanha.
As imagens que se seguem foram captadas pelo meu tio, num
desses dias felizes, da grande aventura familiar que era ir à Ursa no final da
década de 60 (1968 ou 69).
Recordar é viver, não é assim?!...
ResponderEliminarGostava de lá ir também. Quando lá fores avisa! Abraço
ResponderEliminarExcelente reportagem e desfilar de memórias.
ResponderEliminarHá cerca de 2/3 anos passei pela Praia da Ursa e, basicamente, está igual!
por esta altura estava eu a vir ao mundo(sou da colheita de 1968).excelente livro de recordações.já lá passei por perto quando durante alguns anos visitei uns amigos que tenho em massajá .
ResponderEliminarAfinal onde está a ursa??
ResponderEliminarGostei muito do texto e quero propor-lhe uma troca, ainda não me disse se gostou ou se leu o meu livro, mesmo que doa gostava da sua opinião sincera... mas, o que queria propor-lhe era uma correspondência ou troca de informação e ideias...sei lá, qualquer coisa do género.
Gosto dos seus textos e preciso sempre de um pretexto para escrever... fico em espera............beijinho