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sexta-feira, 29 de abril de 2011

CAMPONÊS URBANO



“Camponês urbano” a caminho de uma qualquer horta “entalada” entre os prédios da cidade grande.
Eterno emigrado e inadaptado que teimosamente resiste mantendo as suas raízes de forte ligação a terra semeando, couves, batas, alfaces, cenouras num mundo onde tudo vem do supermercado.
Na pacatez de um domingo a caminho da horta com a sua singela ferramenta que tão deslocada parece contra a perspectiva dos paralelos da calçada.
“Camponês urbano” a resistir, a lutar pelo sustento num qualquer pedaço de terra, a criar um pouco do seu mundo, uma pequena ilha, num lugar que não lhe pertence, que não lhe cabe na alma. Num mundo de betão, sem terra.

domingo, 24 de abril de 2011

FOTOJORNALISMO


Sou um amante do fotojornalismo “puro e duro”. Fotos a preto e branco, gritos de denúncia que não necessitam de legenda.
Este é talvez um dos melhores “bonecos” que fiz quando tinha a mania que era fotografo.
Não me orgulho de ter tirado esta fotografia. Orgulhava-me, isso sim, se vivesse numa sociedade em que não existisse a realidade que está por detrás desta imagem.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

PAIXÃO



UM BEIJO
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Um beijo de esperança e raiva.
Um beijo de sal e suor.
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Um beijo com o tamanho do mundo.
A cor do céu
O azul do mar.
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Um beijo vulcânico
Abrasador
Insubmisso
Provocante.
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Um beijo de sangue e lágrimas
De vida e morte
De imensa ternura.
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Um beijo que sacuda o mundo
Como um ribombar de trovão
Uma sirene gritante
Um repicar de sinos.
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Um beijo de finito infinito
Um beijo sem raça
Nem cor
Nem sexo
Nem fronteira
Um beijo interplanetário.
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Um beijo de estrelas cadentes
Girassóis vermelhos
E faíscas a incendiar pradarias.
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Um beijo revolucionário
Sem deus nem patrão
Um beijo de paz e guerra.
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Um beijo de vida.

Jorge Branco

(Para a Maria Augusta, minha namorada, amante, companheira e esposa)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

ESQUINAS DA VIDA



Lugares de encontros e desencontros de amores e desamores.
De retrocessos e avanços.
De solidões e multidões.
De esperanças e desesperos.
De viagens, estranhamente, circulares ou então infinitas.
Lugares de partida e chegada para lugar nenhum.
Lugares de guerra e paz.
Esquinas da vida, lugar efémero que nos queremos convencer ser eterno.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SENTIRES, OLHARES E ESTADOS DE ALMA




Há cerca de um ano e meio lancei-me na aventura de criar o Último Quilómetro.
Trata-se de um blogue essencialmente dedicado à temática da corrida a pé, virado para o colectivo, com alguns desvios pelos meus sentires de alma.
No Último Quilómetro sinto-me mais com um coordenador do blogue que autor ou “dono” do mesmo.
Agora senti necessidade de fazer algo íntimo, sem o espartilho de uma temática específica, nem a imposições e restrições que isso implica.
Este será um verdadeiro blogue na acessão da palavra pois será feito, tijolo a tijolo, dos meus sentires e estados de alma, um blogue onde possa “gritar” o que quiser e quando quiser sem os problemas de ter que seguir uma qualquer linha editorial como acontece no Último Quilómetro.
Porventura será um blogue desinteressante para muitos por demasiado intimista e pessoal mas ele também não tem por objectivo agradar a quem quer que seja mas apenas servir-me para um certo lavar de alma nestes tempos conturbados.
Quem me quiser conhecer-me melhor, e que veja algum interesse nisso, pode vir aqui dar umas espreitadelas!