Sentires e olhares de Jorge Branco pelas esquinas, praças, avenidas, vielas e becos da vida.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
quarta-feira, 26 de junho de 2013
sábado, 8 de junho de 2013
OPERAÇÃO CONTAGEM!
Faz-se agora, faz daqui a bocado, acabei do “deixar de
ver” a folha e me esquecer completamente!
São 22:45, já me preparo mais uma noite de sono quando os
olhos poisam na agenda! “Gaita” tenho mesmo que ir ver e tirar a leitura do
contador!
A electricidade está pela hora da morte, o dinheiro muito
escasso e se não dou a leitura aplicam-me alguma estimava que me vai aos
bolsos! E hoje é o dia indicado para dar a leitura!
Lá aviso a minha mulher da operação que vou ter de fazer
e ela protesta pelo adiantado da hora!
Moro perto de um café e não é a hora mais indicado para
ir fazer uma operação destas pois os “vapores” do álcool já atacaram muitos clientes!
Mas lá vou tentar ler os números do contador, mas como?
Já de dia se lê mal agora de noite!
Lanterna? Há muitas por aqui mas todas avariadas! Tenho
um candeeiro á gás mas nem me lembrei dele!
Ok tenta-se com a luz do telemóvel! Tenta-se mas não sé
vê nada! A iluminação pública é insuficiente para ler aquilo mas suficiente
para quebrar a fraca luz do telemóvel!
Regresso ao doce lar, a minha mulher continua a
protestar!
Pode não haver lanterna mas há sempre extensões nesta
casa!
Ok o mais rápido é pegar numa extensão e naquele
candeeiro velho que esta “arrumado” no canto da mesa da cozinha!
Preparo tudo, ligo o candeeiro e preparo-me para fazer
uma surtida relâmpago ao exterior para contar a “luz”.
São 23 horas. A minha mulher continua a protestar pelo
inusitado da situação e pela, alegada, falta de segurança da mesma!
Ok ai vou eu de candeeiro na mão, aquilo é mesmo ao lado
da porta.
Leio os números, uma duas, três vezes
não me vá enganar.
Oiço um carro na rua (aqui são poucos e nesta hora só
clientes para o café).
Vou dizendo para mim próprio a leitura do contador estilo
cantilena para não me esquecer.
O carro começa a abrandar, trato de me enfiar rapidamente
em casa, já estou na soleira da porta.
O carro para, antes de me enfiar em casa e fechar a
porta, mas sempre repetindo a cantilena dos números, olho de solai-o. Caramba é
a GNR!
-Amigo ficou sem luz (e eu levava um caneiro acesso numa
mão!).
Não! Tenho de dar a leitura do contador hoje e
esqueci-me, obrigado.
(como é difícil falar com a GNR e repetir mentalmente a
cantilena dos números).
A minha mulher já se tinha levantado da televisão para ver
com quem é que eu estava a falar e me acudir!
Digo-lhe: Era a GNR e disparo pela sala fora a repetir os
números em voz alta direito a um papel e uma caneta salvadores.
Consegui!
Nenhum bêbado se meteu comigo, não fui preso, não me
esquecia da leitura do contador e dei a mesma dentro do prazo!
Ufaaaaaaaaaaaaaaa.
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