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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

OS VAMPIROS - MEMÓRIAS DE INFÂNCIA (2)


Em cima da tampa do poço, de pedra, o meu tio tinha posto o pesado gravador de bobinas provavelmente tecnologia de ponta para aquele início da década de 70.
A energia provinha da tomada do motor do poço e as laranjeiras faziam um sombra frondosa.
O menino olhava atento, e encantado, toda aquela “delicada”, manobra de pôr o gravador a funcionar, até a bobina debitar som. Era um menino curioso das tecnologias e de tudo o que era novidade.
Por fim a pesada máquina lá começava a debitar música e a minha tia numa atitude assertiva e cautelosa diz para o meu tio: põe mais baixo que se ouve na estrada!
O menino ainda não entendia porque aquela canção não se podia ouvir na estrada. Provavelmente nem entendia nada daquela letra que falava de vampiros que sugam o sangue fresco da manada.
Mas não tardou que o menino crescesse, conhecesse, e entendesse aquela canção muito bem.
Hoje quando a ouve ainda sente um arrepio na "espinha" e lembra-se, sempre, daquela memória de infância.
Hoje o menino / homem já compreende muita coisa e já deixou de compreender muitas outras mas sabe que eles estão ai de novo os VAMPIROS, mandadores sem lei.
Já a canção avisava: e se alguém lhes franqueia as portas à chegada...
Foi o que aconteceu, franquearam-lhe as portas e o resultado está à vista de todos.