Nove anos de companhia minha fiel companheira de quatro patas.
Nos dias bons o teu carinho fazia-os ainda mais radiosos.
Nos dias de tempestade aplacavas a tristeza e a tua amizade fazia sorrir o sol entre as negras nuvens.
Quantas vezes te levantaste nas madrugadas para vires “pedir-me” que te coçasse a cabeça enquanto tomava o pequeno-almoço?
Eras a minha alegria em cada regresso a casa.
No teu pelo sedoso deixava os problemas da vida e nos teus olhos meigos sentia-me feliz e útil.
Partilhei contigo as saudades das ausências mais prolongadas e festa das chegadas de novo ao lar.
Partilhaste comigo a tua vida desde a muito jovem cachorra titubeante até à “senhora” adulta, responsável e meiga em que transformaste.
Lembras-te de quando eras uma jovem e atlética cachorra e te levava a brincar com os teus “primos” no quintal da minha mãe?
Lembras-te de quando a Augusta foi operada e de como entendeste o cuidado que tinha que ter com ela e com foste comedida com as brincadeiras?
Tanta, tanta coisa que partilhámos nestes nove anos.
Lara não sei se há um céu para os cães nem tão pouco para os humanos mas sei que fizeste parte do meu céu e deixaste mais uma mancha negra na minha alma e uma solidão no peito.
Quis o destino que não chegasses a ir viver para a “casa nova” tu que já a tinhas adoptado e tudo.
A vida e morte são assim inesperadas minha amiga Lara.
Obrigado por tudo.
Jorge Branco Julho de 2009